Os Melhores do Ano vão se desenhando

Acabei de ver que a Edge publicou a primeira análise de Super Mario Odyssey, com uma sonora nota 10 (bem rara, no caso deles), e que o site My Nintendo News revelou alguns dos detalhes da resenha em questão. Como estamos em outubro e a maior parte dos jogos mais aguardados do ano já foi lançada, ando pensando bastante em quais títulos irão figurar no meu Top 10 pessoal ao final de 2017 – e a possibilidade de Super Mario Odyssey estar entre eles pinta um quadro bastante interessante na concorrência entre as empresas first-party.

Se eu acabar concordando com a Edge quando puser as mãos no jogo, a Nintendo pode ultrapassar a Sony na quantidade de jogos exclusivos de console na lista final, que já não eram poucos. Enquanto isso, a Microsoft só escapa de não ter nenhum jogo “dela” sequer no Top 10 – pior, no Top 20 – graças a um lançamento bem recente… Mas se vocês acham que vou sair entregando o ouro, podem tirar o cavalinho da chuva. Além de precisar jogar mais alguns títulos e começar outros, vai saber que surpresas o ano ainda nos reserva. Então, vou só listar aqui os 20 jogos lançados até agora que podem acabar disputando vaga na lista final deste blog, e ainda por cima somente em ordem alfabética. Que comecem as especulações!


ARMS (Switch)
O jogo de luta 3D bizarra da Nintendo entra aqui mais por fatores como inovação, direção de arte, trilha sonora e diversão meio descompromissada do que por qualquer outra coisa. Na sua categoria, há concorrentes mais gabaritados em alguns desses fatores e praticamente todos os outros, como quantidade de conteúdo, profundidade e até narrativa/cenário. O que vale aqui mesmo é reconhecer a Nintendo voltando a apostar em novas IPs.


Cuphead (PC/Xbox One)
Como publiquei aqui esses dias, o jogo indie de plataforma 2D que emula à perfeição desenhos animados dos anos 30 já é um clássico instantâneo, a despeito de uma escorregada específica que o impede de ser perfeito. Sua posição na lista final vai depender da curva de dificuldade até a conclusão e do quanto a tal escorregada pode atrapalhar no meio do caminho.


Destiny 2 (PC/PS4/Xbox One)
A sequência (e bota sequência nisso) do pseudo-MMO de tiro da Bungie pode até soar um pouco “mais do mesmo”, mas é bem “mais” de um “mesmo” que ninguém ainda soube emular ou copiar de maneira eficaz. O jogo ocupa um espaço único nos videogames hoje e continua campeão em áreas como mecânicas básicas, visual, trilha sonora e experiência cooperativa.


Hellblade: Senua’s Sacrifice (PC/PS4)
O experimento da Ninja Theory – tanto em termos de design quanto de estratégia de mercado – ganha um espaço garantido pela ousadia, pelo visual, pelo uso inovador de áudio direcional, pela trilha sonora e pela narrativa poderosa, além de ser competente e distinto em outros aspectos, como o combate hack n’ slash que foge de praticamente todas as fórmulas padrão do gênero.


Horizon: Zero Dawn (PS4)
O primeiro RPG de ação da Guerrilla Games chegou ao PS4 fazendo um grande barulho, e motivos não faltaram: visual tecnicamente incrível, narrativa de primeira, cenário inusitado (dinossauros-robôs!), aposta incomum em combate com arco e armadilhas ao invés de corpo a corpo, e assim por diante. Foi o grande jogo da própria Sony em 2017, mas seria o grande jogo do PS4?…


Injustice 2 (PS4/Xbox One)
Comentei menos sobre o jogo de luta da DC/NetherRealms do que gostaria aqui no blog, já que é um dos melhores do tipo que já experimentei – e talvez um dos mais inovadores, também. A inclusão de armaduras e elementos de RPG, algo que poderia dar muito errado, acabou dando muito certo. E ainda há a surpreendentemente boa história, acima da média geral (logo, muito acima da média dos jogos de luta). Ficou feio até para os filmes da DC, na real…


Mario + Rabbids: Kingdom Battle (Switch)
Eu estava esperando que o crossover de Mario com os Rabbids fosse “apenas” um XCOM “light”, e ficaria feliz só com isso. Na prática, o jogo está entregando uma visão bem mais própria do gênero estratégia por turnos – uma que inclui quebra-cabeças, exploração, maior liberdade, elementos clássicos de Mario e um humor referencial e levemente sujo incomum em jogos da Nintendo. Quanto mais eu jogo – passei das 10 horas já, inclusive – mais ele sobe na lista provisória.


Mass Effect: Andromeda (PC/PS4/Xbox One)
Apesar do mimimi geral, continuo lembrando de muita coisa do jogo e mantenho o que escrevi aqui parodiando uma corrente de FacebookAndromeda sofreu da maldição “a primeira impressão é a que fica”, mas como o joguei já com patches e sem expectativas irreais, acabei gostando mais do que esperava. Em aspectos como combate e nuances narrativas, é até melhor do que os anteriores.


Middle-Earth: Shadow of War (PC/PS4/Xbox One)
Mal comecei a jogá-lo, mas só de ver a excelente jogabilidade básica intacta, a volta do sistema Nêmesis com adendos, uma árvore de habilidades mais complexa e cenários variados logo de cara, com direito a um cerco orc a uma cidade, já estou cheio de esperanças. Pode até não ser tão bom quanto o antecessor no final, mas pelo menos um lugarzinho entre os 20 melhores deve conseguir.


Nier: Automata (PC/PS4)
A parceria da Square com a Platinum nesta sequência surpreende em vários níveis, positivamente e negativamente. O jogo tem alguns dos momentos mais surreais do ano, uma história cheia de altos e baixos, uma jogabilidade híbrida de hack n’ slash e shoot’em up (“navinha”) e uma trilha sonora excepcional. É tão maluco que não me atrevo a cravar posição antes de terminar o jogo pela terceira vez e ver a história completa.


Nioh (PC/PS4)
Em um momento “o que aconteceria se…”, a Team Ninja resolveu misturar Ninja Gaiden com Dark Souls, e o resultado, Nioh, acabou maior do que a soma das partes. O jogo ainda é difícil, porém mais amigável; oferece uma quantidade de loot digna de um Diablo; é mais ágil até do que Bloodborne; e supera ambas as inspirações em opções de combate. Agora é ter coragem de terminar…


Persona 5 (PS3/PS4)
Faz tempo que a Atlus não deixa a peteca cair em suas séries principais, mas Persona 5 surpreendeu assim mesmo. Muita coisa nele não somente atinge o ápice da franquia, como também dos JRPGs em geral: chefes, design de masmorras, mecânicas inovadoras, equilíbrio… Ainda por cima deu um banho em direção de arte, menus e trilha sonora, e mantém o alto nível narrativo. Talvez um dos melhores jogos de todos os tempos?


Resident Evil 7: Biohazard (PC/PS4/Xbox One)
A mudança de perspectiva para 1ª pessoa assustou alguns no início, mas no fim das contas, o sétimo jogo da franquia é sim um Resident Evil – e dos mais puros. O clima e o cenário evocam bastante o primeiro jogo, a família Baker revitaliza a ideia do Nêmesis (que tanto inspirou os Amnesia da vida) e os melhores refinamentos de jogabilidade dos dois Revelations retornam. Ah, e ainda teve um suporte excelente para VR e um bom port no PC.


Rime (PC/PS4/Switch/Xbox One)
Peguei Rime meio despretensiosamente no PC, apenas para descobrir que se trata de uma mistura de JourneyICOInside que, vejam só, funciona exatamente por evitar as escolhas de design que afastavam o jogador médio dessas três inspirações. Ou seja, é um pouco mais “jogo” do que eles e convence pela narrativa simples e poderosa, pelo belo visual minimalista, por alguns puzzles únicos, pelo mistério e pela trilha sonora. Um dos melhores indies de 2017, sem dúvida.


Splatoon 2 (Switch)
De certa forma, o segundo Splatoon segue a mesma lógica do segundo Destiny: uma típica sequência de melhorias para uma franquia recente que ainda não tem paralelos. Só que, enquanto o jogo da Bungie se concentrou em ajustes necessários de “qualidade de vida” e uma estrutura geral melhor, o da Nintendo “apenas” acrescentou conteúdo ao que já estava redondo – e o novo modo co-op/horda, Salmon Run, foi uma das experiências multijogador mais sensacionais do ano.


Superhot VR (PC/PS4)
Superhot levou as categorias Distribuição Digital e Inovação em 2016. Ainda em dezembro, os desenvolvedores soltaram Superhot VR, um novo jogo feito para realidade virtual. Em 2017, ele chegou ao PlayStation VR, e pude descobrir o seguinte: se o original já fazia você se sentir um badass, em VR a coisa vira simulador da Matrix, deixando Superhot ainda mais visceral, embora perca alguns detalhes no processo. A melhor coisa em VR que joguei este ano, fácil.


The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Switch)
Todo mundo já está careca de ouvir e ler sobre como Breath of the Wild é uma revolução na série Zelda, e eu mesmo já comentei isso no resumo geral do meio do ano. Antes de jogar, tive o mesmo pé atrás de todo mundo ao ler as comparações com Ocarina of Time, mas depois… Olha… Não é exagero não. Assim como Persona 5Breath of the Wild veio para estabelecer novos padrões no gênero ao qual pertence.


The Sexy Brutale (PC/PS4/Switch/Xbox One)
De todos os títulos desta lista, esse foi o que menos joguei, e só o mencionei muito de passagem por aqui… Mas o conceito e a execução dele deixaram uma forte impressão. Uma mistura de adventure apontar-e-clicar com stealth em um belíssimo cenário isométrico, no qual você resolve assassinatos e um mistério bizarro em um esquema bem “Dia da Marmota”/Majora’s MaskThe Sexy Brutale é quase pura inovação com polimento de sobra.


What Remains of Edith Finch (PC/PS4/Xbox One)
Como já destrinchei por aqui em um artigo sobre o estado atual dos walking simulators, Edith Finch é um caso raro do gênero em alguns pontos importantes – como a tentativa de variar um pouco a jogabilidade de acordo com o cenário e a narrativa surreal, dignos de um Neil Gaiman. Some a isso a bela trilha sonora, a excelente direção de arte e a competência técnica geral e você tem talvez o melhor jogo do tipo até então.


Yakuza 0 (PS4)
Desde a última vez em que escrevi a sério sobre Yakuza 0 aqui, acabei terminando o jogo em um feriado prolongado enquanto esperava Destiny 2 chegar. E apesar da condição circunstancial de tapa-buraco, o jogo foi me conquistando cada vez mais a cada hora, sem parar até o final. Pode até não levar nenhuma categoria, mas faz tudo que se propõe tão certinho, e é tão envolvente com seu novelão, que vai acabar em uma posição bem mais alta do que esperava.


Claro, além dos jogos que ainda sairão até o final do ano, há outros que poderiam estar aqui mas ficaram de fora por acasos. Por exemplo, mal comecei Danganronpa V3: Killing Harmony, que depende fortemente da história completa, e ainda não tenho Gravity Rush 2 porque quero uma cópia física dele a um preço razoável. Mas no geral, os candidatos são esses aí, e a dois meses e meio de um novo ano, não devem mudar muito.

E vocês, o que incluiriam aí? Deixem seus comentários!

5 comentários sobre “Os Melhores do Ano vão se desenhando

  1. Ja parou pra pensar que são boas as chances de termos o melhor Mario de todos os tempos e o melhor Zelda de todos os tempos no mesmo ano?

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